É chamada formalmente de “criatura” qualquer coisa no Mundo Físico que se mova, se reproduza, responda a estímulos e, apesar de tudo, não seja capaz de falar, no que inclui animais, mas também fungos ou mesmo plantas, mas raramente humanos. Desde que se enquadre em um destes quesitos, pode ser considerada uma criatura e não meramente uma “coisa”.
Apesar de tudo, devo salientar, por respeito e, também, por finalidade didática, que a incapacidade de falar ou de atender a quaisquer um dos requisitos listados não descarta seu status enquanto algo dotado de ESPÍRITO, isto é, algo digno das mesmas honrarias que qualquer criatura inteligente.
A quimera é um dos tipos mais comuns de criaturas do mundo selvagem — a princípio, são animais comuns, modificados em sua concepção ou durante o seu desenvolvimento pela energia mágica ambiente ou, por vezes, por magos e alquimistas. Uma quimera se define por um animal com características de outros animais ou formas de vida, no que inclui plantas e fungos também — um animal com fisionomia e fisiologia que, entre os semelhantes de sua espécie, não lhe pertencem.
Antes de definir uma criatura como uma quimera, leva-se alguns fatos observados em conta, como a unicidade daquele espécime e a capacidade deste se reproduzir — se este é capaz de reproduzir com um espécime semelhante, geralmente com um espécime de maior parentesco, e gera proles semelhantes a si em fisionomia e fisiologia, deixa de ser uma quimera de primeiro grau e torna-se uma quimera de segundo grau.
Se esta descendência de segundo grau for capaz de gerar uma descendência de terceiro grau e esta terceira geração mantiver as características da primeira geração do espécime e for capaz de reproduzí-las ao gerar uma quarta geração de descendentes, torna-se uma quimera de terceiro grau que, neste estágio, já está inclusa naturalmente ao reino animal.
A besta mágica se diferencia da besta comum por ter a capacidade inata de externalizar sua energia mágica como fazem, de forma muito semelhante, os magos humanos. Toda criatura, enquanto algo que existe, tem potencial mágico, pois a magia é a energia que compõe sua forma física. Uma besta mágica transforma essa energia e o ambiente à sua volta, como uma extensão de si mesma. Bestas mágicas podem ser muito parecidas com bestas comuns ou formas de vida completamente diferentes, podendo apresentar formas até mesmo inorgânicas.
Muitas podem ser consideradas Criaturas Elementais, que existem enquanto manifestações de um elemento em específico de sua composição que, aqui, se destaca em comparação aos outros seis, de forma semelhante aos Filhos do Mundo, uma raça de humanos que se distingue das demais por seu alinhamento íntimo com os quatro elementos físicos do Mundo.
Também podem ser consideradas bestas mágicas algumas quimeras, plantas, fungos e até bestas aparentemente comuns, mas que se apresentam de forma extraordinária, em tamanhos desproporcionais se comparadas aos seus semelhantes, por exemplo. Toda criatura tem potencial para se tornar uma besta mágica e este tipo de besta é mais comum do que se imagina.
Sim, plantas — e fungos também. Nem toda planta se move, mas o comum é que se reproduzam, respondam à estímulos e nutram-se da terra, do ar, da água, da luz do sol, da própria energia mágica e até da escuridão. Muitas plantas, modificadas por exposição ou por natureza mágica inata, são consideradas bestas mágicas ou quimeras e — este é um divisor de águas — há aquelas que podem ser consideradas criaturas tão inteligentes quanto humanos e semelhantes, mesmo que não utilizem da fala propriamente dita para se comunicar. Ainda, há espécimes que, durante o seu desenvolvimento, adquirem tais atributos.
Entre os fungos, é mais comum que estes casos ocorram — registros de acadêmicos famigerados que datam da Era da Magia apontam que fungos têm evoluído muito rápido. Há quem defenda, inclusive, que os experimentos mágicos que deram origem a raça dos goblins teria envolvido fungos, visto que estes reagem a estímulos hostis, adaptando-se com certa facilidade e mudando em uma velocidade absurda, contornando a morte, independente de como esta se manifeste. Nas regiões propícias para o desenvolvimento destas criaturas, há quem diga que exemplares mais desenvolvidos entre os observados tornaram-se capazes de formar comunidades organizadas, com funções e classes sociais estabelecidas.
Entre estes melhor desenvolvidos, observa-se uma natureza aversa à mortalidade — uma colônia de fungos compartilha, à sua maneira, uma mesma mente colmeia. Cada indivíduo, dotado de identidade e espírito, amadurece e seu amadurecimento serve à colônia, que nunca para de crescer e, de maneira estranha, o espírito da colônia é, também, compartilhado, visto que a mente existe enquanto sinônimo de espírito, pois serve de palco ao Campo das Ideias.
“Eles não morrem!”