Magia. É uma palavra maravilhosa. Esta força capaz de erguer cidades inteiras do pó, desaparecer com uma pessoa em um estalar de dedos, obliterar monstros ou, apenas, iluminar um caminho escuro, adocicar um cacho de uvas ou tirar a poeira das roupas, está bastante presente neste Mundo e se apresenta nas mais diversas formas, cada uma oriunda de uma interpretação diferente deste poder tão estranho e complexo, mas tão comum à vida daqueles que vivem nas terras do Mundo Conhecido.
Da maneira mais sucinta, a magia pode ser descrita como a energia por trás da existência. Tudo aquilo que existe, tem magia correndo através de si. A magia é o resultado da conversão da energia espiritual através de um corpo que faz a ponte entre o Mundo Espiritual e o Mundo Físico. Sendo o Mundo Espiritual, origem de toda a ideia, de todo o espírito, por trás de um corpo, por trás de algo que existe, a magia é a força que torna este corpo… algo no universo. É a força responsável por transformar a ideia em forma.
Logo, se algo existe, é mágico – ou pode ser reaproveitado para fins mágicos. O fluxo de energia mágica que percorre e permeia o mundo é constante e pode ser descrito como cordões de energia, em constante vibração, que se cruzam o tempo inteiro. Esta força de criação e potencial de existência pode ser apreendida e dobrada para gerar feitos maravilhosos e assustadores. É a dobra da própria realidade.
São chamados Usuários de Magia ou Magos aqueles que utilizam de diferentes técnicas para manipular a energia mágica, também chamada Mana, que envolve o ambiente e seus próprios corpos. Para tal, é preciso visualização e fé. Estes dois componentes são essenciais para que o mago “abra” seu corpo e permita que a energia mágica flua com maior intensidade através dele. Deve-se sentir e visualizar esta energia e projetar sua vontade nela para que, através dela, o mago dobre a realidade concreta do Mundo Físico através da potencialidade oriunda do Mundo Espiritual. A ideia e a forma se fundem para permitir a maleabilidade através da conjuração de feitiços. Mas, mais do que fé no efeito, deve haver fé na possibilidade, isto é, em si mesmo – o mago deve visualizar-se enquanto usuário de magia.
Mesmo em um mundo onde a magia envolve todas as coisas, há aqueles dotados de maior talento para as práticas arcanas, mas nem todos têm esta sensibilidade. Alguns, inclusive, podem ter um bloqueio muito forte quanto ao rastreio de mana, enquanto outros têm um fluxo extremamente poderoso correndo através de si e sentem-no em igual intensidade. No caso destes últimos, o trabalho deve envolver, principalmente, o refinamento, o controle da mana, pois o excesso desta energia caótica tem efeitos catastróficos e, como se não bastasse, exige muito além do que o corpo humano é capaz de prover. A maioria dos magos precisa utilizar-se da fala como um componente essencial; aqueles com mais disposição mágica, logo, acostumarão-se à natureza da magia e poderão utilizar-se dela através de seu conhecimento ou puro instinto, apoiando-se em gestos e desenhos, por exemplo, ou até mesmo em cores, caso a fala não seja uma opção. O importante é a comunicação do efeito desejado partindo de si para o universo e, também, para si mesmo.
Como dito anteriormente, o principal componente mágico é a comunicação do efeito desejado, geralmente através da oratória. Durante séculos de história, diversas técnicas para conjuração de feitiços foram desenvolvidas e aprimoradas até a magia atingir sua manifestação moderna. Entre tantas, as mais importantes a se discutir são as seguintes:
A magia elemental compõe o uso mais comum da magia que é a manipulação dos elementos e conceitos de nosso mundo através da compreensão e manipulação de sua contraparte ideal-espiritual, não se limitando aos elementos básicos (Terra, Fogo, Água e Ar), mas englobando tudo aquilo que existe enquanto parte da realidade física, como o Sangue, o Ferro, a Luz, a Carne e tudo o mais que se pode ver e sentir, e enquanto conceito abstrato, como o Tempo, a Vida, a Morte, o Bem e o Mal. Quanto mais abstrato um conceito, mais difícil e complexa é a sua visualização e manipulação. A Magia Elemental, por envolver muitos dos conceitos básicos que envolvem o uso de magia, mescla-se facilmente com outras técnicas.
Importante salientar que o regramento da natureza mágica é atividade puramente humana e não diz respeito, verdadeiramente, à natureza da magia. Este regramento ocorre apenas para fins de estudo e melhor compreensão do objeto de estudo que é a magia.