Muitos atribuem a existência do Mal ao que chamam de Demônio – que é diferente de seus particulares, demônios. Comum tradição de antropomorfizar conceitos abstratos que escapam à compreensão comum. Demônio, enquanto entidade geradora de todo o mal, é um termo simples, embora equivocado, para se referir a algo muito mais complexo.
A fonte de todos os males do mundo – de todo e qualquer mal. Nada mais é do que a ideia por trás deste conceito, a Ideia do Mal, que envolve tudo o que existe além dos confins da existência e que, meticulosa e sutilmente, infiltra sua presença, sua influência, no Mundo através de brechas geradas por seus próprios criadores e, também, por seus habitantes.
Quando os Velhos Deuses idealizaram e deram forma ao Mundo (no que compreende o Mundo Espiritual e Físico, respectivamente), o fizeram à margem do Mal, uma parte distinta do todo que a cercava. Um mundo onde estes deuses pudessem ser puramente bons, um mundo bom, e estes deuses desejavam, também, que suas criações fossem boas. Estes criadores estabeleceram normas, fundamentaram a ideia do que é Bom – e, assim, atraem para este mundo a ideia oposta, a ideia do que é Mal. Ora, se você estabelece uma norma, estabelece, também, a possibilidade dela ser quebrada. Ao determinar, por exemplo, que não se deve matar, gera-se a possibilidade de haver, naquela realidade, o assassinato.
A verdade é que os Velhos Deuses nunca foram de todo o bom, mas negavam sua condição natural – o Mal é imperfeito. Os deuses almejavam ser perfeitos, almejavam ser de todo o Bom. Quando criam um mundo à parte do Mal e o povoam com uma raça de criaturas geradas à sua imagem e semelhança, negligenciam a parte do Mal que habitava dentro de si mesmos e, portanto, de suas criações.
O Mal é uma inevitabilidade. Ele é uma realidade neste Mundo, embora, não exista neste Mundo em sua totalidade. Caso isto aconteça, e irá acontecer, o Mundo será consumido pelo o que existe do lado de fora. Não haverá Mundo. Pense no Mal como parte intrínseca da natureza do universo. Ele não tem razão para ser. Ele apenas é. Ele consome. Ele existe. Fora, mas, também, dentro de todos nós. O fogo não tem razão para queimar.
O tema tratado nesta página não é de conhecimento geral. Aos leitores, peço que leiam sob este olhar. A realidade é diferente da crença e do senso comum.